A natureza de baixo impacto da hidroginástica tem atraído cada vez mais o interesse de atletas e corredores recreativos sobre o exercício na água, especificamente na caminhada e na corrida aquática como modalidades de treinamento cruzado (cross-training). Os motivos são vários :
Intensidade compatível. Caminhar dentro da água pode dobrar o custo de oxigênio do movimento, dependendo da profundidade e da velocidade. A temperatura da água afeta a relação da frequência cardíaca para o consumo de oxigênio com água pela altura da cintura, sugerindo que a temperatura da água pode adicionar uma sobre carga térmica significativa para o sistema cardiovascular. Prevenção de lesões. Os atletas de elite têm competido por estações mais longas, treinando mais horas e descansando por períodos cada vez menores. A natureza de alto impacto da corrida em terra predispõe os corredores ao estresse nos membros inferiores e às lesões por superuso. Substituindo parte da quilometragem percorrida diariamente pela corrida aquática (em piscina rasa ou profunda), os praticantes podem preservar a integridade das articulações dos pés, tornozelos, joelhos e quadris, manter os músculos ativos e sobretudo realizar um treinamento cardiovascular satisfatório, com a mesma intensidade e gesto esportivo semelhante. Recuperação de lesões. Quando uma lesão ocorre, a reabilitação aquática pode acelerar o processo de recuperação, uma vezque o treinamento músculo-esquelético e cardiovascular podem ser complementados pelo exercício aquático. Permanecer fisicamente em forma enquanto lesionado, pode melhorar as condições fisiológica e psicológica do atleta e ajudá-lo a retornar às atividades regulares com segurança e com riscos reduzidos de reincidência de lesões. A necessidade de reduzir o impacto, assim como prover uma condição sem carga para a reabilitação, levou os corredores e seus técnicos para a água. Imersão em meio líquido. A imersão induz ajustes cardíacos agudos que se estendem ao nível má ximode exercício. Além disso, ambos, a carga hidrostática externa e a técnica al terada de corrida, podem contribuir para um metabolismo anaeróbio aumentado durante a corrida aquática suspensa. O conhecimento das propriedades únicas da água, assim como das respostas fisiológicas à imersão, tanto em repouso como em exercício, é amplamente explorado por preparadores físicos e fisioterapeutas ao planejarem o programa de treinamento ou reabilitação para o atleta. A piscina pode ser utilizada durante a recuperação e no período pósreabilitação como um instrumento adjunto. Suspensão (corrida em flutuação). Estudos recentes examinaram o efeito de programas de corrida no fundo da piscina (deep running) na manutenção da performance cardiorrespiratória (consumo de oxigênio, limiar ventilatório, economia na corrida); medidas metabólicas de glicose sanguínea, lactato sanguíneo, norepinefrina no plasma e composição corporal. Dois grupos foram comparados após seis semanas de treinamento: um, exercitou-se em terra (esteira), e outro, na água (em deep running). Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos, em nenhum dos ítens citados acima. Concluiu-se que o deep running pode servir como uma alternativa eficiente para a corrida em terra na manutenção da performance aeróbica, durante até seis semanas em atletas de resistência treinados. |
Monica Marques |
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