Não é de hoje que sabemos que a natação é um dos
esportes mais completos e acessíveis para todas as crianças. As braçadas frequentes na infância
podem ajudar a capacidade circulatória e cardiorrespiratória, desenvolver os
músculos, dar mais flexibilidade e resistência, melhorar o raciocínio, dentre
outros benefícios. O que nem sempre nos damos conta é de que essa atividade
pode ainda salvar a vida de nossos filhos.
Estudos feitos pelo Journal of Indian
Academy of Pediatrics demonstram que o afogamento é a 1ª causa de morte na
infância no Brasil, Austrália, Índia e diversos estados americanos e a 2ª causa
de morte por acidentes no mundo. As pesquisa mostram ainda que o afogamento de
crianças é uma tragédia duplicada porque muitas vezes é a causa de suicídio dos
pais (Lipton, 2000). A incidência do quase afogamento não é precisa, mas se
supõe que é 10 vezes maior do que o número real de afogados que se publicam (Dueñas
1998).
Na
maior parte dos casos, os afogamentos ocorrem durante as brincadeiras próximas
ao meio líquido, quando há um falso senso de segurança (os pais acreditam que
as crianças já entenderam que não podem entrar na piscina, por exemplo),
ocasiões em que a queda na água se dá sem vestimenta apropriada (Journal of
Trauma). A proximidade de rios, piscinas, lagos, praias, e até mesmo
banheiras e baldes aumentam os riscos de acidentes de acidentes deste tipo (The
Western Journal of Medicine).
A
pouca consciência que temos pelo risco que estes meios representam, a ausência
de barreiras, a prática de atividades aquáticas sem supervisão, a distração das
crianças, objetos tentadores dentro da piscina e especialmente a inabilidade
para o auto-salvamento na água são apontadas como as principais causas de
afogamento entre os pequenos (Medical Journal of Australia).
É claro que a maior atenção dos pais, a utilização
de grades de segurança, e a orientação das crianças são essenciais, mas não há
como negar a fragilidade destes meios, visto que não é preciso mais que alguns
minutos de desatenção para que uma criança se afogue.
Neste contexto, a aprendizagem de técnicas de auto-salvamento
no meio líquido é apontada como uma das causas mais eficientes na diminuição
dos altos índices de afogamentos na infância (Madureira et
al., 2009). Crianças nadadoras são menos suscetíveis. As pesquisas apontam que
73% das vitimas menores de 3 anos não sabiam nadar (Journal of Trauma).
A
natação mostra-se assim a mais eficaz das medidas, pois permite a criança ser
autossuficiente no ambiente aquático, através do aprendizado de métodos como:
1.
Auto propulsão;
2.
Mudanças de direção autonômicas;
3.
Trocas respiratórias conscientes;
4.
Domínio total e profundo da apnéia;
5.
Flutuação em decúbito dorsal
prolongada;
6.
Saída da água;
7.
Domínio do corpo em situações
adversas;
8.
Respeito ao perigo.
(Madureira,
2009, 2004; Infant Swimming Research, 1998 ; Bars, 1995; Asher et al., 1995;
Jensen et al. 1992; Nixon et al, 1979;
Pearn e Nixon, 1977).
Por isso tudo, não perca tempo, coloque agora mesmo
o seu pequeno em uma aula de natação, afinal além de uma vida mais saudável ele
ganhará muito mais segurança, e os pais... tranquilidade.
CAUSAS
DE MORTE DE CRIANÇAS POR ACIDENTE (01 À 04 ANOS):
·
Afogamentos: 533
·
Atropelamentos: 290
·
Acidentes de carro: 261
·
Demais lesões: 14
·
Queimaduras: 143
·
Sufocação: 128
·
Quedas: 96
·
Choque elétrico: 69
·
Envenenamentos: 36
·
Plantas e animais venenosos: 21
·
Ciclistas: 10
·
Acidentes com armas de fogo: 10
·
Mordedura de animais: 2
·
Total = 1.745
CAUSAS
DE MORTE DE CRIANÇAS POR ACIDENTE (05 À 09 ANOS):
·
Atropelamentos: 499
·
Afogamentos: 426
·
Acidentes de carro: 352
·
Demais lesões:132
·
Quedas: 84
·
Queimaduras: 48
·
Choque Elétrico: 42
·
Ciclistas: 38
·
Sufocação: 38
·
Plantas e animais venenosos: 22
·
Acidentes com armas de fogo: 18
·
Envenenamentos: 12
·
Mordedura de animais: 3
·
Total = 1.714
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